Portal da Cidade Coelho Neto

"fomos enganados"

Jovens coelhonetenses denunciam condições de trabalho e pedem ajuda para voltar

Cerca de 12 jovens, todos do bairro Sarney relataram as péssimas condições de trabalho em uma empresa agrícola que fica em Cristalina no estado de Goiás

Publicado em 26/09/2023 às 13:58
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O Portal da Cidade foi procurado por um grupo de amigos nessa segunda-feira dia 25, para denunciarem as péssimas condições de trabalho em uma empresa agrícola localizada em Cristalina no estado de Goiás. Alimentação, alojamento, insalubridade e até mesmo o salário foram os desapontamentos denunciados pelos jovens que querem voltar para casa.

De acordo com os jovens, ao serem selecionados em Coelho Neto, foram informados de que ficariam alojados em hotéis e que teriam salários entorno de R$ 3 mil reais. Com mais de 20 dias já trabalhando para a empresa Ruragro, os trabalhadores coelhonetenses teriam sido informados que só teriam direito a salário a partir do mês de novembro.

Em um dos vídeos enviados pelos trabalhadores, eles denunciam a falta de acompanhamentos para o café da manhã onde estavam sendo oferecido apenas um café com leite. Já em outra imagem, foi registrado o local onde os jovens estão alojados, além do colchão sem higiene a cama está quebrada.

Os jovens narraram em áudios enviados via WhatsApp, que vivem em regime análogo a escravidão.” Os barracões são fechados as 22h e é proibido a entrada ou saída a partir desse horário, não podemos ir a cidade e nem possuir transporte próprio. Aqui somos vigiados 24h por dia.” Afirmou um dos jovens que preferiu não se identificar.

Entramos em contato com a empresa Ruragro, e segundo o gerente de campo identificado por Humberto, o relato dos funcionários não refletem com a realidade. “Nós prestamos serviços para duas multinacionais, e prezamos com a qualidade de serviços. Temos posto de saúde na empresa, segurança do trabalho, hoje somos 500 funcionários no campo e nunca havíamos recebido nenhuma queixa com relação a alimentação, salário e alojamentos, estamos surpresos.” Afirmou Humberto.

De acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, a sujeição a condições degradantes de trabalho e a restrição de locomoção do trabalhador, são consideradas análogas à escravidão. O gerente da empresa confirmou à nossa equipe, de que os alojamentos são trancados após as 22h e funcionários ficam proibidos de saírem. “Temos regras aqui na fazenda, depois das 22h durante a semana ninguém sai e nem entra, nos finais de semana esse horário vai até meia noite.” Finalizou Humberto.

Ainda segundo o responsável pela empresa, vai identificar os funcionários que tiverem insatisfeitos e providenciará seus retornos para a cidade de onde saíram. O Portal da Cidade também entrou em contato com o ministério público da cidade de Cristalina, e disseram à reportagem que os fatos serão apurados.


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